O mercado de criptomoedas encerrou setembro com mais otimismo que nos meses anteriores após o Federal Reserve dar início ao ciclo de corte de juros nos Estados Unidos e Kamala Harris seguir Donald Trump e também compartilhar uma visão favorável ao setor. Com isso, o bitcoin chegou a registrar um dos melhores desempenhos para setembro em anos.
Apesar disso, especialistas apontam que o cenário para o mercado em outubro ainda traz seus desafios. Os dois principais são possíveis novidades envolvendo as eleições nos Estados Unidos e os desdobramentos da escalada de conflitos no Oriente Médio, que tem aumentado a aversão a riscos entre investidores.
Mesmo assim, os analistas afirmam à EXAME que o cenário para as criptomoedas em outubro ainda é favorável, em especial no âmbito macroeconômico, e por isso alguns ativos específicos merecem mais atenção pensando no seu potencial de valorização nas próximas semanas.
Bitcoin
Pedro Gutierrez, Diretor Regional Latam da CoinEx, avalia que o bitcoin segue com uma alta correlação com o mercado de ações e com forte influência do ambiente macroeconômico global, que segue volátil, além das tensções geopolíticas.
Nesse cenário, “uma política mais acomodatícia por parte do Federal Reserve pode levar a um influxo de liquidez para ativos de risco, incluindo o bitcoin. Por outro lado, se o Fed adotar uma postura mais agressiva e sinalizar novos aumentos de juros, isso pode criar pressão de baixa sobre o bitcoin, à medida que investidores buscam ativos mais seguros”.
“Considerando o desempenho histórico do bitcoin durante os anos de halving e o cenário técnico atual, há uma forte possibilidade de que o bitcoin alcance novas máximas em outubro. Os próximos alvos são US$ 67.195 e US$ 71.362. No entanto, os investidores devem permanecer cautelosos quanto a possíveis recuos, especialmente se as condições macroeconômicas piorarem ou se houver uma queda significativa no volume em níveis de preços mais altos”, afirma.
Ethereum
Beto Fernandes, analista da Foxbit, cita o ether entre as cripto9moedas que merecem atenção em outubro. Segundo analista, a Ethereum “tem mostrado um nível de estabilidade muito forte e, com o apoio das soluções de segunda camada, a rede principal também conseguiu mitigar bastante seus desafios de altas taxas e tempo de transação”.
“Hoje, blockchain do ether finaliza transações em cerca de 30 segundos e um custo na casa dos US$ 0,60, em média. Os ETFs também estão quase em um zero a zero, com poucas entradas e saídas. A depender dos gatilhos, o investidor institucional pode decidir por realizar aportes mais consistentes nesses fundos”, diz.
Solana
Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, aponta que a SOL, criptomoeda da Solana, “segue em nossas recomendações mesmo após já ter sido indicada em meses anteriores”. O ativo chegou a ganhar ETFs no Brasil em setembro, além de ser um dos projetos que mais atrai a atenção dos investidores neste ano.
“Tivemos em setembro o evento Solana Breakpoint, dessa vez em Singapura, onde todas as novidades, novos projetos, upgrades, enfim, tudo o que está acontecendo dentro da rede Solana é apresentado. O token SOL costuma ter boa performance relativa nas semanas imediatamente após o evento, e acreditamos que esse ano não vá ser diferente”, comenta.
Pendle
Danilo Matos, especialista da NovaDAX, diz que a criptomoeda pendle “volta ao nosso radar após uma valorização de 27% apenas na última semana”. O token está sendo negociado a US$ 4,24, seguindo uma linha de tendência ascendente que reflete a forte demanda do mercado”.
Segundo o especialista, se o ativo mantiver a trajetória atual de valorização, ele poderia chegar ao patamar de US$ 6,31. “No entanto, havendo aumento na pressão de venda, o preço pode recuar para US$ 3,16”, pondera.
“Além disso, o protocolo vai liberar 31.210 tokens por dia a partir de 2 de outubro, o que pode aumentar a oferta circulante. Embora o aumento de tokens possa afetar o preço, a expectativa é que o impacto seja gradual, sem causar uma queda acentuada”, comenta.
Polygon
Em suas recomendações para o mês de outubro, a corretora Coinext incluiu o POL, criptomoeda da rede Polygon. O projeto teve destaque em setembro exatamente pela conclusão da troca de tokens, convertendo o MATIC para a nova criptomoeda como parte das atualizações da rede.
O conjunto de mudanças “facilita o uso da rede Polygon ao mesmo tempo em que expande a Ethereum. Além da atualização do token, ela também busca melhorar a descentralização da comunidade e trazer uma arquitetura de redes múltiplas. Essas inovações permitirão que a rede suporte de forma segura um número ilimitado de cadeias”.
“A rede liderou em termos de ativos em crescimento nos últimos 30 dias, mostrando um aumento de 1.019% em novos endereços”, pontua a corretora. Na visão da exchange, a Polygon já está se destacando entre blockchains, e historicamente “o crescimento da rede é um indicador de aumento de utilidade, o que eleva o potencial de valorização de mercado a longo prazo para os projetos”.
“A Polygon está bem posicionada para uma alta nos preços, justificada pela atualização e crescimento da rede, alta no volume de transações e potencial de investimento a longo prazo. Por essas razões, ela está nesta lista das melhores criptomoedas para outubro”, afirma.
Fonte: Exame