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O Ponto de Inflexão do Bitcoin: Se US$ 100.000 Falhar, a Próxima Parada Pode Ser US$ 72.000, Alerta CryptoQuant

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O mercado de criptomoedas, notavelmente o Bitcoin, atingiu um patamar de extrema volatilidade e incerteza no início de novembro de 2025, sendo confrontado com um nível de suporte psicológico e técnico crucial: os US$ 100.000. Segundo a análise da influente empresa de dados on-chain CryptoQuant, a falha em sustentar esse valor monumental pode desencadear uma correção acentuada, levando o preço da criptomoeda líder a cair para a faixa de US$ 72.000 no final do ano.

Este alerta surge em um momento de aversão ao risco generalizada. Na tarde de uma terça-feira turbulenta, o preço do Bitcoin chegou a cair abaixo dos US$ 100.000 pela primeira vez desde junho, refletindo a deterioração contínua do sentimento de mercado. A queda não se limitou ao Bitcoin; o índice GMCI 30, que acompanha as 30 principais criptomoedas, registrou uma queda de mais de 9% no mesmo período, sinalizando uma pressão de venda sistêmica.

O Efeito Cascata da Liquidação Histórica

A principal justificativa para a projeção pessimista da CryptoQuant reside no impacto duradouro de um evento de liquidação recorde que ocorreu em 10 de outubro. Essa liquidação, descrita como a maior da história do cripto, varreu mais de US$ 20 bilhões em posições alavancadas. Desde então, o mercado tem demonstrado sinais inequívocos de enfraquecimento da demanda spot (à vista) por Bitcoin.

Julio Moreno, chefe de pesquisa da CryptoQuant, enfatizou que, se o preço não conseguir se manter na área dos US$ 100.000 e romper para baixo, o risco de atingir US$ 72.000 no período de um a dois meses se torna significativamente maior.

A análise da CryptoQuant é corroborada por métricas de mercado: o Índice Bull Score da empresa, que mede as condições gerais do mercado, caiu para 20, situando-se firmemente em território de condições bearish (de baixa). Nos Estados Unidos, a demanda de investidores por Bitcoin também encolheu, evidenciada pelos fluxos negativos nos recém-lançados ETFs de Bitcoin e pelo “prêmio negativo de preço da Coinbase” – uma métrica que indica que os compradores nos EUA estão menos dispostos a pagar um preço acima da média global.

Fatores Macroeconômicos e o Sentimento Risk-Off

A turbulência no mercado de criptomoedas não é um fenômeno isolado; ela está intrinsecamente ligada ao sentimento mais amplo de “risco-off” que tem pesado sobre ações, commodities e outros ativos voláteis. O contexto macroeconômico global tem sido um vento contrário significativo.

A especulação de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) poderia adiar mais um corte nas taxas de juros este ano, juntamente com as crescentes preocupações sobre tarifas, condições do mercado de crédito e as altas avaliações nos mercados de ações, ajudaram a impulsionar os mercados para baixo. O Bitcoin, que amadureceu para se correlacionar mais com ativos de risco tradicionais, sentiu o peso dessa incerteza.

Curiosamente, a queda abaixo de US$ 100.000 havia sido antecipada por outras vozes proeminentes no mercado. Geoffrey Kendrick, chefe global de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered, já havia classificado o declínio como “inevitável” após o evento de liquidação de outubro. Embora ele mais tarde tenha sugerido que o Bitcoin poderia “nunca mais cair abaixo de US$ 100.000” caso houvesse melhorias nas negociações comerciais EUA-China, a realidade do mercado provou ser mais desafiadora, e o nível simbólico foi quebrado.

A Perspectiva de Longo Prazo e a Resiliência Institucional

Apesar do tom de cautela e do risco de uma queda de 28% em relação ao limiar de US$ 100.000, alguns analistas defendem que a correção atual não enfraquece o caso de investimento de longo prazo para o Bitcoin.

Gerry O’Shea, chefe de insights de mercado global na gestora de ativos cripto Hashdex, observou que, embora US$ 100.000 seja um nível psicologicamente importante, a tendência estrutural de longo prazo permanece robusta. O fluxo de ETFs e a adoção corporativa de Bitcoin continuaram muito fortes ao longo do ano. Instituições financeiras tradicionais persistem na construção de infraestrutura e produtos de ativos digitais.

Esses fatores estruturais, combinados com o potencial de aumento da liquidez no sistema financeiro à medida que o Federal Reserve encerra seu aperto quantitativo, sustentam a visão de que o Bitcoin ainda pode atingir uma nova máxima histórica nos próximos meses.

Em suma, a CryptoQuant acende um sinal de alerta de curto a médio prazo, focado na fraqueza atual da demanda spot e na vulnerabilidade técnica do preço do Bitcoin após o fracasso em sustentar a marca de seis dígitos. Contudo, o cenário completo mostra uma dicotomia: uma turbulência de preço tática e baseada no medo macroeconômico, contrastada com uma narrativa estrutural de longo prazo que ainda aponta para a maturidade e adoção contínua da criptomoeda no sistema financeiro global. O final do ano se apresenta como um período decisivo para o Bitcoin: um retorno acima de US$ 100.000 reforçaria o ímpeto bullish, enquanto a falha em fazê-lo pode abrir as portas para um inverno mais rigoroso na faixa dos US$ 72.000.

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