O Bitcoin (BTC) estendeu seus ganhos recentes, atingindo seu melhor preço em dois meses na tarde de ontem (5), impulsionado por dados econômicos dos Estados Unidos e pela crescente demanda nos ETFs (fundos de índice) à vista da criptomoeda.
Por volta das 14h de ontem, o Bitcoin era negociado a US$ 71.682, após valorizar 1,2% nas últimas 24 horas. Outras criptomoedas apresentaram um desempenho misto, com destaque para o BNB Chain (BNB), que avançou 5,40%.
Dois relatórios recentes dos EUA – o ADP, divulgado hoje, e o Jolts, que saiu ontem – mostraram uma desaceleração no mercado de trabalho na maior economia do mundo. Esses dados alimentaram as expectativas de cortes nas taxas de juros. Segundo a ferramenta CME FedWatch, 47,6% dos investidores acreditam em uma maior possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) reduzir os juros a partir de novembro.
“Os criptoativos estão respondendo positivamente ao declínio nas taxas”, disse Tom Couture, vice-presidente de estratégia de ativos digitais da Fundstrat Global Advisors, para a Bloomberg.
No mercado de derivativos, o alto volume de opções de compra de Bitcoin a US$ 74 mil, com data de expiração no final deste mês, leva analistas a especular que o ativo digital pode alcançar esse valor ainda em junho, superando sua máxima histórica. Este movimento é significativo, pois indica uma forte confiança dos investidores na continuidade da alta do Bitcoin.
Além da política monetária nos Estados Unidos, o fluxo positivo nos ETFs à vista de BTC também impacta o preço da criptomoeda. Ontem, os 11 produtos financeiros registraram o 16º dia consecutivo de entradas líquidas. “Os ETFs de Bitcoin e a política monetária norte-americana continuam sendo o fiel da balança no mercado de criptomoedas. Por isso, a subida de preços hoje não é surpresa”, afirmou Beto Fernandes, analista da Foxbit.
O cenário econômico global tem desempenhado um papel crucial na valorização do Bitcoin. A desaceleração do mercado de trabalho nos EUA sugere que o Federal Reserve pode adotar uma postura mais dovish, ou seja, menos agressiva na elevação das taxas de juros. Taxas de juros mais baixas tendem a beneficiar ativos de risco, como criptomoedas, uma vez que reduzem o custo de oportunidade de se investir nesses ativos em vez de títulos mais seguros.
A crescente popularidade dos ETFs de Bitcoin também tem um impacto significativo. Esses fundos permitem que investidores obtenham exposição ao Bitcoin sem a necessidade de comprá-lo diretamente, o que facilita a entrada de um maior número de investidores institucionais e de varejo no mercado de criptomoedas. O fluxo contínuo de capital para esses ETFs indica um crescente interesse e confiança no Bitcoin como uma classe de ativo.
Em Wall Street, os principais índices operaram de forma mista nesta tarde. O Dow Jones caiu 0,35%, enquanto o S&P 500 subiu 0,14% e o Nasdaq avançou 0,63%. Esse desempenho misto reflete a incerteza dos investidores quanto à trajetória futura da economia dos EUA e às decisões de política monetária do Federal Reserve.
A recente alta do Bitcoin e o desempenho misto de outras criptomoedas sublinham a volatilidade e a interconexão dos mercados financeiros globais. Investidores estão atentos tanto aos indicadores econômicos tradicionais quanto às novidades no mercado de ativos digitais para tomar decisões informadas.
A especulação sobre a possível alta do Bitcoin para US$ 74 mil até o final do mês ressalta o otimismo no mercado de criptomoedas, mesmo em um ambiente econômico desafiador. Esse otimismo é alimentado por uma combinação de fatores, incluindo a política monetária, a demanda por ETFs e a confiança dos investidores em ativos digitais como uma reserva de valor alternativa.
Em suma, o mercado de criptomoedas continua a ser influenciado por uma variedade de fatores econômicos e financeiros, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente. A valorização recente do Bitcoin é um reflexo dessa complexa dinâmica, e os próximos meses serão cruciais para determinar se essa tendência de alta se manterá.