A gestora europeia CoinShares entrou oficialmente na corrida para lançar o primeiro ETF de Solana (SOL) à vista nos Estados Unidos. A companhia protocolou um pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) para aprovar a criação do “CoinShares Solana ETF”, tornando-se mais um dos grandes nomes da indústria a apostar no crescimento institucional do ecossistema da Solana. O movimento posiciona a empresa ao lado de gigantes como VanEck, Fidelity e 21Shares, que também disputam a dianteira em trazer ao mercado norte-americano um fundo regulado com exposição direta à SOL.
A proposta de ETF foi apresentada por meio de um formulário S-1, o mesmo usado por empresas para solicitar a listagem de fundos de índice negociados em bolsa. O objetivo é oferecer aos investidores uma alternativa regulamentada para exposição ao preço à vista do Solana, sem a necessidade de custódia direta do ativo. O fundo será listado na bolsa Cboe BZX, e o preço do ativo será atrelado ao índice MarketVector Solana Benchmark Rate — uma metodologia amplamente reconhecida para acompanhar os preços de mercado de forma precisa.
A entrada da CoinShares nesse mercado representa um marco importante para a legitimidade da Solana como ativo institucional. Até recentemente, a SOL era considerada por muitos como um token emergente, altamente volátil e com pouca infraestrutura para atender à demanda regulatória. No entanto, os avanços tecnológicos da rede, a expansão do ecossistema DeFi e o aumento expressivo do número de desenvolvedores mudaram essa percepção. Solana agora é vista como uma das principais concorrentes ao Ethereum, com uma blockchain rápida, barata e com uma comunidade vibrante.
O interesse institucional em Solana reflete um amadurecimento da indústria de criptoativos como um todo. A aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista, no início de 2024, abriu um novo precedente para produtos financeiros com base em ativos digitais. A expectativa do mercado é de que, após a consolidação dos ETFs de BTC e os avanços nos pedidos relacionados a Ethereum, outras criptomoedas de capitalização significativa também entrem no radar regulatório. Solana, com sua performance consistente e alto nível de adoção, desponta como uma escolha natural.
Além de permitir acesso facilitado ao ativo, o ETF da CoinShares também oferece uma alternativa de investimento mais segura e regulada para instituições que, por questões de compliance ou política interna, não podem operar diretamente com criptomoedas. A proposta elimina a necessidade de gerenciamento de carteiras digitais e riscos de custódia, aspectos que ainda são barreiras técnicas para muitos investidores institucionais e fundos de pensão. Assim, o ETF funciona como uma ponte entre os mercados tradicionais e a nova economia descentralizada.
A disputa por um ETF de Solana promete ser intensa. VanEck foi a primeira a protocolar sua proposta, seguida rapidamente por 21Shares e agora pela CoinShares. A Fidelity, embora ainda não tenha protocolado formalmente, já sinalizou interesse na criação de produtos similares. A entrada de nomes de peso nesse mercado reforça a percepção de que os gestores enxergam um enorme potencial em oferecer produtos que diversifiquem a exposição além de Bitcoin e Ethereum.
Se aprovado, o CoinShares Solana ETF pode redefinir os limites da adoção institucional no setor cripto. Ele representaria não apenas uma vitória para a CoinShares, mas também uma validação do ecossistema da Solana como peça chave na nova arquitetura financeira global. Em um momento em que o mercado se reestrutura com base na regulamentação e na entrada de capital institucional, a iniciativa marca mais um passo rumo à maturidade dos criptoativos — e à sua inevitável integração com o sistema financeiro tradicional.