O Banco Central do Cazaquistão anunciou nesta segunda-feira, 30, que planeja criar uma reserva nacional de criptomoedas. Essa iniciativa surge em meio a um crescente debate sobre a adoção oficial de ativos digitais por governos, seguindo o exemplo recente dos Estados Unidos, que também estabeleceram uma reserva semelhante.
Segundo veículos de imprensa locais, a responsabilidade pela gestão dessa reserva ficará a cargo de uma instituição vinculada ao Banco Central. O projeto está em desenvolvimento, com foco em seguir as melhores práticas para administrar patrimônio público, priorizando transparência e segurança na custódia dos ativos.
A informação foi divulgada pelo presidente do Banco Central, Timur Suleimenov, que não especificou um prazo para a conclusão e implementação da reserva. Ele explicou que a ideia é aproveitar ativos digitais que o governo já possui atualmente.
A carteira da reserva será formada por uma mistura de criptomoedas confiscadas em operações contra crimes e moedas digitais mineradas por empreendimentos estatais. Embora o bitcoin seja uma parte importante, a reserva não será composta exclusivamente por ele — os demais ativos ainda não foram divulgados.
Nos últimos anos, o Cazaquistão ganhou destaque no setor de mineração de bitcoin, atraindo grandes operações graças ao baixo custo de energia elétrica e ao êxodo das mineradoras da China, que proibiu a atividade. Hoje, o país é responsável por cerca de 13% da mineração global dessa criptomoeda.
Em 2022, o governo apreendeu cerca de US$ 200 milhões em criptomoedas provenientes de operações ilegais de mineração. Desde então, foram implementadas regras que tornam obrigatória a obtenção de licenças para as mineradoras locais. Ainda não está claro se as criptomoedas apreendidas farão parte da reserva oficial.
A decisão do Cazaquistão acontece num contexto em que cresce a expectativa de que mais países formem reservas nacionais de ativos digitais. Até agora, apenas El Salvador, os Estados Unidos e o Butão possuem esse tipo de reserva. No caso do Butão, a gestão dos ativos fica a cargo de uma empresa vinculada à família real.
Em El Salvador, a reserva é composta exclusivamente por bitcoin. Já os Estados Unidos, em 2025, criaram duas reservas: uma dedicada ao bitcoin e outra que agrega outras criptomoedas. Ambas são constituídas por ativos apreendidos pelas autoridades federais.