O ETF de Bitcoin da BlackRock alcançou um marco histórico nesta segunda-feira (7), ao ultrapassar a impressionante marca de 700 mil unidades de Bitcoin sob gestão. A conquista ocorre menos de 18 meses após o lançamento oficial do fundo nos Estados Unidos e confirma a ascensão meteórica do produto, que agora detém o equivalente a US$ 76 bilhões em ativos — aproximadamente R$ 414 bilhões na cotação atual. A velocidade e a escala dessa valorização têm chamado a atenção de investidores e analistas do mundo todo, consolidando o fundo como uma das principais vias de acesso institucional ao mercado de criptomoedas.
A trajetória recente do fundo evidencia esse crescimento. Na quinta-feira anterior (3), o ETF da BlackRock fechou o pregão com quase 699 mil BTC sob custódia. Já na segunda-feira seguinte, após mais um dia de fluxo positivo — ou seja, com aportes superando os resgates — o fundo adicionou cerca de 1,5 mil novas unidades, rompendo oficialmente a marca das 700 mil unidades. O saldo positivo constante sugere uma forte demanda por exposição ao Bitcoin por parte dos investidores institucionais, mesmo com as oscilações naturais do mercado cripto.
Segundo dados fornecidos pela própria BlackRock, o ETF de Bitcoin já figura como o terceiro produto mais lucrativo da gestora em termos de receita. Isso é especialmente significativo considerando que a empresa é a maior administradora de ativos do mundo, com mais de 1.200 ETFs sob gestão. Embora ainda esteja a cerca de US$ 9 bilhões em receitas do ETF mais rentável da casa, o fundo cripto demonstra ter um potencial de longo prazo capaz de redefinir as prioridades da companhia no setor de ativos digitais.
Lançado oficialmente em janeiro de 2024, após receber aprovação da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), o ETF rapidamente atraiu a atenção do mercado por sua performance consistente e pela confiabilidade da marca BlackRock. Desde então, o fundo saltou de uma base inicial de zero bitcoins para 700 mil unidades em tempo recorde, consolidando sua posição como o maior ETF de Bitcoin listado em bolsa em todo o mundo.
O desempenho do fundo também contribuiu para reordenar o ranking dos maiores ETFs de Bitcoin. Poucos meses após seu lançamento, o produto superou o ETF da Grayscale — que por anos liderou o setor — e manteve a dianteira desde então. Atualmente, o segundo colocado é o ETF da Fidelity, que detém pouco mais de 200 mil BTC. A diferença entre os dois é considerável, evidenciando a dominância da BlackRock. O fundo da Grayscale, por sua vez, sofreu uma queda significativa: caiu de 619 mil BTC no início de 2024 para apenas 184 mil atualmente.
A origem dessa queda está parcialmente relacionada à conversão do fundo da Grayscale de estrutura privada para ETF negociado em bolsa — processo aprovado pela SEC, mas que acabou impulsionando migrações para gestoras mais consolidadas e de maior reputação junto ao investidor institucional, como é o caso da BlackRock.
Ao todo, os 11 ETFs de Bitcoin listados nos Estados Unidos somam 1,25 milhão de unidades da criptomoeda, avaliadas em aproximadamente US$ 135 bilhões. Desses, o fundo da BlackRock responde sozinho por 56% do total. O montante administrado por todos os ETFs equivale a cerca de 6% de toda a oferta de bitcoins existentes no mundo. Desde a liberação oficial desses fundos, os aportes acumulados superam os US$ 50 bilhões — número que reforça a força dos ETFs como veículo de acesso institucional ao mercado cripto.
Com a combinação de estrutura robusta, confiança de investidores e estratégia agressiva de captação, o ETF de Bitcoin da BlackRock não só se consolida como o principal fundo do setor, como também aponta para uma nova era de profissionalização e institucionalização dos investimentos em ativos digitais.