A Índia confirmou mais uma vez sua influência crescente no universo das criptomoedas ao ocupar a primeira posição no Global Crypto Adoption Index de 2025, elaborado pela Chainalysis, plataforma especializada em análise de blockchain. O país destacou-se ao liderar em todas as categorias avaliadas: uso em serviços centralizados, transações varejistas, movimentações institucionais e atividades em DeFi. Essa posição reafirma um padrão crescente de adoção independente das restrições regulatórias, especialmente em uma nação com grande volume populacional e apetite tecnológico.
A ascensão da Índia não se dá em isolamento. O relatório aponta outros países emergentes como fortes protagonistas no cenário cripto: Estados Unidos (2º lugar), Paquistão (3º), Vietnã (4º) e Brasil (5º) melhoraram seu desempenho diante do crescimento global do setor. Na região da Ásia-Pacífico (APAC), a adoção cripto registrou expansão de 69%entre meados de 2024 e meados de 2025, liderados por Índia, Vietnã e Paquistão — refletindo forte participação em serviços tanto centralizados quanto descentralizados.
Crescimento Regional e Participação Institucional
A Ásia-Pacífico emergiu como a região de maior crescimento no uso de criptomoedas durante o último ano, com o valor total movimentado on-chain saltando de US$ 1,4 trilhão para US$ 2,36 trilhões. No ranking por países, o aumento expressivo foi impulsionado por movimentações detalhadas entre pessoas físicas, empresas, instituições e protocolos DeFi. Esse movimento coloca a região como área estratégica para o futuro do ecossistema digital global.
Apesar do avanço expressivo do APAC em termos percentuais, os volumes absolutos ainda são liderados por Europa (US$ 2,6 trilhões) e América do Norte (US$ 2,2 trilhões). Nos EUA, o crescimento de 49% foi atribuído à adoção de ETFs de Bitcoin e à clareza regulatória crescente, criando um ecossistema mais atraente para instituições financeiras. A Europa também apresentou expansão relevante, com aumento de 42%.
Impactos Regionais e Demográficos
O relatório ressalta que, ajustando os números por tamanho populacional, o ranking se altera — com países da Europa Oriental como Ucrânia, Moldávia e Geórgia aparecendo entre as nações com maior adoção proporcional de cripto. Essas economias ostentam alta penetração tecnológica, desconfiança em sistemas bancários tradicionais e necessidade de meios eficazes de preservação de riqueza, fatores que impulsionam seu avanço no uso de criptomoedas.
Ferramentas de Uso e Infraestrutura Emergente
A adoção generalizada de stablecoins, como USDT e USDC, continua acelerada, com volume mensal médio superior a US$ 1 trilhão — refletindo sua importância como instrumento financeiro global. O relatório também destaca o crescimento de alternativas mais regulamentadas, como EURC e PYUSD, que ampliaram seu volume mensal em ordem de magnitude ao longo do ano.
Além disso, apesar do “on-ramp” em moeda fiduciária no acesso a cripto ainda ser dominado pelo Bitcoin (com mais de US$ 4,6 trilhões transacionados em um ano), a ampliação do uso da Ethereum e de outras altcoins em ambientes DeFi revela uma diversificação evolutiva nas formas de adoção.
Índia como Foco Central do Ecossistema
A Índia reforça sua posição de liderança global em adoção de criptomoedas, não apenas por volume, mas por profundidade de uso — abraçando tanto opções centralizadas quanto desafios emergentes em DeFi e institucionalização. Esse cenário mostra a maturidade crescente do país como hub cripto, mesmo diante de um ambiente regulatório por vezes desafiador.
O relatório da Chainalysis oferece um retrato rico da evolução da adoção global: enquanto os mercados maduros mantêm volumes significativos, são os países emergentes que lideram a transformação estrutural, integrando cripto em serviços financeiros cotidianos, economias alternativas e inovação digital com amplitude histórica.