Um investidor identificado apenas pelo pseudônimo John Galt surpreendeu a comunidade cripto ao revelar que manteve guardadas, por mais de uma década, 100 unidades de bitcoin escondidas dentro de uma barra de ouro falsa. O resgate aconteceu recentemente e pode render um lucro de mais de US$ 10 milhões, considerando o valor atual do ativo.
O caso veio à tona após Galt relatar sua história em um fórum online. Segundo ele, tudo começou em 2012, quando comprou o item da antiga empresa Casascius, conhecida na época por vender objetos físicos com bitcoins integrados. Embora a barra parecesse ser feita de ouro maciço, tratava-se na verdade de uma peça de metal comum, revestida por uma fina camada dourada, funcionando apenas como símbolo de luxo e segurança digital.
“Na época, o bitcoin ainda era tratado como uma curiosidade de nicho. Pouca gente levava a sério. Comprar uma barra que imitava ouro e tinha criptomoeda dentro era mais uma brincadeira entre entusiastas do que um investimento real”, explicou Galt na publicação.
De R$ 250 mil para mais de R$ 50 milhões
Segundo o próprio investidor, cada unidade de bitcoin custava cerca de US$ 500 no momento da aquisição, o que indica que ele pagou aproximadamente US$ 50 mil pela barra. No entanto, com a valorização histórica do ativo nos últimos anos — que hoje gira em torno de US$ 110 mil por unidade — o valor potencial do conteúdo da barra ultrapassa US$ 11 milhões (cerca de R$ 60 milhões, na cotação atual).
Apesar da valorização exponencial, Galt afirma que resistiu durante anos à tentação de resgatar as moedas. “Quando o bitcoin passou dos US$ 10 mil, comecei a sentir um certo pânico. Imagina ter algo tão valioso guardado em casa, em forma física? Era muita responsabilidade. Mas eu ainda acreditava que não era a hora de mexer nisso”, comentou.
Um misto de cautela e convicção
Galt relatou ainda que tentou vender ou trocar a barra em alguns momentos, mas nunca encontrou um comprador que lhe transmitisse confiança. A decisão de finalmente transferir os ativos ocorreu no dia 13 de maio de 2025, motivada tanto pela valorização como pela percepção de que o risco de manter a peça guardada em casa estava ficando alto demais.
O curioso é que, mesmo após o resgate, Galt não pretende vender os bitcoins tão cedo. “Ainda vejo mais potencial de valorização. Guardei por 13 anos, não tenho pressa agora”, escreveu.
O caso também reacendeu o debate sobre os chamados bitcoins físicos da Casascius. Estima-se que ainda existam aproximadamente 10 mil unidades de bitcoin não resgatadas, espalhadas por itens colecionáveis criados entre 2011 e 2013. Muitas dessas peças permanecem guardadas por investidores antigos ou foram perdidas com o tempo.
Uma cápsula do tempo cripto
A história de Galt é vista por muitos entusiastas como uma verdadeira cápsula do tempo do mercado cripto — um lembrete do quanto o Bitcoin evoluiu desde seus primórdios até se tornar um dos ativos mais valiosos do mundo. O investimento que começou como uma aposta excêntrica hoje simboliza a paciência, a convicção e a visão de longo prazo que muitos investidores buscam cultivar.
Se vai ou não vender os bitcoins, John Galt ainda não sabe. Mas uma coisa é certa: ele entrou para a história como mais um personagem singular na jornada revolucionária do Bitcoin.