O banco global J.P. Morgan organizou uma emissão histórica de commercial paper na blockchain Solana, em um movimento que aprofunda a integração de instrumentos financeiros do mundo real na infraestrutura de blockchain pública.
O papel comercial, normalmente emitido por meio de sistemas tradicionais, é um instrumento de dívida de curto prazo que as empresas utilizam para captar capital de giro. Este foi estruturado on-chain e liquidado utilizando USDC, a stablecoin emitida pela Circle (CRCL).
J.P. Morgan criou o token onchain representando a dívida e realizou a liquidação. A unidade de banco de investimento da Galaxy estruturou a emissão. A Coinbase atuou tanto como investidora quanto provedora de carteira, enquanto a Franklin Templeton, que já havia criado um fundo de mercado monetário tokenizado, também investiu no token.
A medida destaca o crescente interesse institucional em utilizar a infraestrutura blockchain para instrumentos financeiros tradicionais, também conhecida como tokenização de ativos do mundo real (RWA), como dívida, fundos ou ações. O processo promete ganhos de eficiência e liquidação mais rápida, afirmam os defensores. O mercado de ativos tokenizados pode crescer para US$ 18,9 trilhões até 2033, projetam BCG e Ripple.
A tendência também ganhou apoio dos reguladores dos EUA. O presidente da SEC, Paul Atkins, recentemente destacou a tokenização como uma inovação fundamental para os mercados de capitais, afirmando em um entrevista FOX Business na semana passada que tem o potencial de transformar o sistema financeiro nos próximos anos.
A emissão foi o mais recente exemplo do avanço do J.P. Morgan na área de blockchain e ativos tokenizados. O banco foi um dos pioneiros, desenvolvendo a JPM Coin em 2019 e lançando sua unidade de blockchain, Onyx, em 2020. Essa divisão, agora integrada sob a Kinexys, realizou operações de recompra baseadas em blockchain, pagamentos transfronteiriços e liquidações de ativos tokenizados com parceiros como BlackRock e Siemens.