Mercado cripto recupera US$ 3 trilhões com ‘efeito Vanguard’ — ETFs atraem novos fluxos e mudam o roteiro institucional

O mercado global de criptomoedas voltou a ultrapassar a marca dos US$ 3 trilhões nesta recuperação iniciada no fim de novembro, impulsionado por um movimento que analistas já apelidaram de “efeito Vanguard”: a decisão de players tradicionais, incluindo gestores e plataformas de distribuição, de abrir portas para ETFs e fundos cripto acelerou os fluxos de capital para o setor.

Fontes de mercado relataram que a combinação entre relatos de maior aceitação por consultores financeiros e a expectativa de cortes de juros no calendário dos bancos centrais criou uma janela favorável para a entrada de capital regulado, que buscou exposição a Bitcoin e Ethereum por meio de ETFs spot. Essa convergência de fatores ajudou a reverter parte da correção anterior e elevou a capitalização total do mercado.

Os dados mostram que ETFs e veículos regulados atuaram como catalisadores, mas não como única força: a liquidez ainda é seletiva e a recuperação se dá com diferenças marcantes entre classes de ativos, Bitcoin e alguns blue-chips lideram, enquanto muitos projetos de menor liquidez ainda patinam. Ou seja, a chegada de capital institucional tende a estabilizar, mas não elimina volatilidade em tokens menos líquidos.

Para gestores e investidores, a implicação é dupla: por um lado, mais produtos regulados podem reduzir custos de entrada e ampliar o fluxo permanente; por outro, a competição por performance e os custos de gestão dos ETFs podem comprimir retornos para alocadores de varejo. A recomendação do mercado é monitorar a composição dos fluxos e os níveis de captação nos primeiros meses.

No horizonte curto, analistas reforçam cautela: embora a marca de US$ 3 trilhões seja simbólica, a sustentação dependerá de confirmações, entradas líquidas contínuas em ETFs, estabilidade macro e ausência de choques regulatórios. Até lá, o rali é visto como robusto, mas condicionado a eventos que ainda podem reverter o sentimento.