Ex-BlockFi assume novo papel na SoFi e marca retorno estratégico ao setor cripto
Flori Gilroy, uma das cofundadoras da falida plataforma de empréstimos em criptomoedas BlockFi, deu um novo passo em sua carreira dentro da indústria cripto. Ela acaba de assumir a posição de vice-presidente sênior da unidade de criptografia da SoFi, uma conhecida empresa norte-americana de tecnologia financeira. A nomeação ainda não foi amplamente divulgada, mas foi identificada após uma atualização discreta no site oficial da SoFi. A movimentação também foi confirmada por uma fonte próxima às operações da companhia, embora não se saiba ao certo quando Gilroy assumiu formalmente o novo cargo.
A contratação de Gilroy ocorre em um momento em que a SoFi busca reestruturar e expandir sua atuação no mercado de criptoativos. A empresa, que suspendeu temporariamente seus serviços de negociação de criptomoedas em 2023 devido a novas diretrizes regulatórias emitidas pelo Federal Reserve, anunciou recentemente que pretende retomar suas operações no setor. Em comunicado publicado no final de junho, a SoFi revelou que irá lançar, ainda este ano, novos serviços envolvendo transferências internacionais e investimentos em ativos digitais. Segundo a empresa, essas iniciativas representam apenas o início de uma série de inovações planejadas no campo da blockchain e das criptomoedas.
Gilroy, que anteriormente também era conhecida como Flori Marquez, foi peça-chave na ascensão da BlockFi. Fundada como uma alternativa de empréstimos lastreados em criptomoedas, a BlockFi cresceu rapidamente e atraiu diversos investidores de peso. No entanto, a empresa foi profundamente impactada pela crise que atingiu o setor em 2022, especialmente após a quebra da Three Arrows Capital e, posteriormente, da exchange FTX — que havia adquirido a BlockFi por US$ 240 milhões. Pouco tempo depois, a BlockFi também entrou com pedido de falência. O processo foi oficialmente encerrado apenas em outubro de 2023.
O outro cofundador da BlockFi, Zac Prince, também já retornou ao setor, agora atuando em uma nova função dentro da Galaxy, empresa de serviços financeiros focada em ativos digitais. Com isso, tanto Gilroy quanto Prince — figuras centrais na trajetória da BlockFi — voltam ao cenário cripto, indicando que, mesmo após os grandes colapsos do passado recente, profissionais experientes continuam sendo valorizados no setor.
Os laços entre Gilroy e a SoFi, na verdade, não são novos. Em 2018, a fintech foi uma das participantes da rodada inicial de investimentos na BlockFi, o que demonstra uma relação comercial pré-existente. A contratação de Gilroy, portanto, pode ser vista como uma aposta estratégica da SoFi, que está retomando seu posicionamento no mercado cripto com mais ousadia e experiência.
Além das movimentações internas, a SoFi também vem acompanhando de perto os desdobramentos legais ligados à BlockFi. Na semana passada, o administrador responsável pela falência da empresa concluiu um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em relação à proposta de transferência de parte dos ativos cripto da BlockFi para o governo.
O retorno de Gilroy ao setor, agora em um novo contexto corporativo, simboliza a resiliência e a contínua transformação do mercado de ativos digitais. A SoFi, por sua vez, parece determinada a retomar protagonismo nesse ecossistema, apostando em nomes experientes para liderar sua nova fase de inovação em criptomoedas e blockchain.
