O ouro destacou-se como o investimento mais rentável entre as principais opções do mercado em julho de 2024, alcançando uma valorização expressiva de 6,64% no mês. Esse desempenho notável não se limitou ao curto prazo, já que, no acumulado do ano, o metal precioso registrou um crescimento de 20,42%, enquanto no período de 12 meses a alta foi ainda mais significativa, atingindo 24,17%. Esses números refletem a resiliência do ouro como uma reserva de valor e a confiança dos investidores na sua capacidade de proteger o patrimônio em tempos de incerteza econômica.
O cálculo desses retornos é baseado em contratos negociados na bolsa de valores, que permitem a compra ou venda futura de ouro a preços pré-determinados. Esses contratos futuros são instrumentos financeiros que possibilitam tanto especulação quanto proteção contra flutuações adversas no preço do metal. A alta performance do ouro em 2024 pode ser atribuída a diversos fatores macroeconômicos, como a volatilidade dos mercados globais, tensões geopolíticas e a preocupação contínua com a inflação, que geralmente impulsionam a demanda por ativos considerados seguros, como o ouro.
O segundo investimento de maior destaque no mês de julho foi o bitcoin, com uma valorização de 3,73% no período. Esse desempenho sólido confirma a resiliência da criptomoeda, que tem se consolidado como um ativo de interesse tanto para investidores institucionais quanto para pequenos investidores. Quando analisamos o rendimento acumulado dos últimos 12 meses, o bitcoin revela-se um verdadeiro campeão, com uma impressionante valorização de 122,77%. Essa performance extraordinária reflete tanto a crescente aceitação e adoção da criptomoeda quanto o cenário de inovação tecnológica que continua a impulsionar o mercado de ativos digitais.
Apesar do desempenho positivo de ativos como ouro e bitcoin, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) apresentaram um resultado menos animador em julho de 2024. Os BDRs são certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas estrangeiras, oferecendo aos investidores brasileiros a oportunidade de negociar esses ativos na bolsa de valores local. Em julho, os BDRs tiveram uma leve queda de 0,19%, terminando o mês praticamente estáveis. Esse desempenho fraco pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a oscilação nos mercados globais e a valorização do real em relação ao dólar, que tende a impactar negativamente os investimentos atrelados a ativos externos.
O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o mês com uma alta de 3,02%. Este avanço indica uma recuperação parcial do mercado de ações brasileiro, que vinha enfrentando um ano desafiador. No entanto, quando se observa o desempenho do índice no acumulado do ano, ainda há uma queda de 4,87%. Esse comportamento reflete as incertezas econômicas e políticas internas, bem como o impacto das condições econômicas globais na confiança dos investidores.
O dólar comercial, por sua vez, fechou julho com uma alta de 1,18%, sendo cotado a R$ 5,65 no último dia do mês. Esse patamar acima dos R$ 5,00 tem sido mantido há mais de 125 dias, desde 28 de março, e reflete tanto as condições externas quanto os desafios econômicos internos do Brasil. A alta acumulada do dólar em 2024 é de 16,51%, o que evidencia a pressão da política monetária restritiva dos Estados Unidos sobre as moedas emergentes. Além disso, internamente, o risco fiscal permanece como um fator determinante para a valorização do dólar frente ao real.
O cenário fiscal brasileiro tem sido marcado por desafios que exigem ajustes nas contas públicas. O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, revisou para cima as projeções de déficit fiscal para o final do ano, o que demandou a implementação de medidas de contenção no Orçamento de 2024. Em 18 de julho, o ministro Fernando Haddad anunciou cortes que totalizam R$ 15,0 bilhões, em uma tentativa de controlar o desequilíbrio fiscal e reduzir a pressão sobre a economia. Essas medidas, embora necessárias, também contribuem para o aumento da percepção de risco e, consequentemente, para a valorização do dólar, à medida que os investidores buscam se proteger contra possíveis instabilidades.
O mercado financeiro em julho de 2024 foi marcado por fortes contrastes: enquanto o ouro e o bitcoin apresentaram ganhos robustos, outros ativos como os BDRs e o Ibovespa enfrentaram desafios, refletindo um cenário global e local de incertezas. O dólar, por sua vez, manteve sua tendência de alta, impulsionado por fatores tanto externos quanto internos, destacando-se como um termômetro das condições econômicas e das expectativas do mercado em relação ao futuro.
*Com informações Poder360