A fintech Stripe reforçou seu compromisso com o universo dos ativos digitais ao anunciar a aquisição da Privy, startup especializada em infraestrutura de carteiras cripto. Essa adesão faz parte de uma estratégia mais ampla da empresa, que já havia adquirido a Bridge, plataforma de stablecoins, por US\$ 1,1 bilhão, e tem como objetivo fortalecer seu ecossistema de pagamentos digitais.
Fundada em 2021 por Henri Stern e Asta Li, a Privy trouxe inovação ao permitir que desenvolvedores integrem carteiras cripto diretamente em aplicativos e sites, sem a necessidade de ferramentas externas como MetaMask. A solução foi adotada por grandes nomes do setor, como OpenSea, Farcaster, Hyperliquid, Blackbird, Toku e outros, e já suporta mais de 75 milhões de contas em cerca de mil equipes de desenvolvimento, movimentando bilhões em transações.
Sob a nova estrutura, a Privy continuará operando de forma independente dentro do guarda-chuva da Stripe. A abordagem adotada garante que a marca mantenha sua identidade e agilidade no desenvolvimento, agora impulsionada pela infraestrutura, alcance e recursos da Stripe. Segundo executivos, essa combinação acelera o ritmo de evolução dos produtos e potencializa a qualidade do suporte aos clientes.
O cofundador da Stripe, Patrick Collison, afirmou que a aquisição contribuirá para acelerar a construção de serviços financeiros nativamente integrados à internet. Combinada à capacidade de emissão e gestão de stablecoins oferecida pela Bridge, a carteira da Privy se tornará uma peça-chave no ecossistema da Stripe, permitindo movimentações de dinheiro totalmente programáveis — seja em criptomoedas ou moedas tradicionais.
Para as empresas que já utilizam os serviços da Privy, a notícia representa um reforço significativo nas operações e no suporte. A Stripe promete não apenas manter o padrão de atendimento, mas também oferecer mais segurança, estabilidade e escala graças à sua infraestrutura global.
Além disso, a transação fortalece a estratégia da Stripe de mapear uma nova geração de soluções financeiras — uma infraestrutura de “Banking como serviço”, onde desenvolvedores podem orquestrar pagamentos, carteiras, stablecoins e até possibilidades de remuneração programada, tudo por meio de APIs simples.
O momento é oportuno: a adoção de ativos digitais por empresas e consumidores tem crescido de forma expressiva, e barreiras como complexidade na integração e fricção na experiência do usuário ainda são obstáculos. A proposta da Privy — e agora da Stripe — é eliminar essas barreiras, tornando o uso de criptoativos tão transparente quanto um serviço financeiro tradicional.
Com os recursos combinados, a Stripe fortalece sua posição não apenas como processadora de pagamentos, mas também como catalisadora de inovação financeira digital. Enquanto a integração da Bridge foca em stablecoins e pagamentos globais, a assistência da Privy amplia o leque para aplicações envolvendo Bitcoin, NFTs, jogos e outras soluções cripto-native.
O mercado já percebeu o impacto positivo dessa movimentação: a expansão do portfólio da Stripe para ativos digitais sinaliza para investidores, desenvolvedores e reguladores que a empresa está comprometida com uma visão de futuro híbrido — unindo o melhor do mundo financeiro tradicional com as possibilidades da tokenização e sistemas descentralizados.
A conclusão do negócio deve ocorrer nas próximas semanas, após a finalização das condições usuais. Resta agora observar os próximos passos: se a integração entre Privy, Bridge e Stripe será profunda ou pontual; e como clientes e parceiros — especialmente fintechs e grandes plataformas — aproveitarão essa nova camada de infraestrutura.
Com isso, a Stripe pode estar traçando um novo roteiro para o setor financeiro global, transformando-se em um hub que oferece não apenas meios de pagamento, mas um ambiente completo onde valor é inventado e circula de maneira programável, imediata e global. Uma nova era de “fintech 3.0” parece estar prestes a emergir.
