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‘Papel-moeda está com os dias contados’: executivo diz 3 modelos que substituirão dinheiro em papel

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A economia global está passando por uma transformação profunda com o avanço de tecnologias digitais que visam tornar o dinheiro em papel obsoleto. No recente painel da Anbima Summit 2025, representantes do mercado financeiro destacaram que três modelos emergentes—moedas digitais de bancos centrais (CBDCs), sistemas distribuídos baseados em blockchain e stablecoins descentralizadas—possuem potencial para substituir o dinheiro físico no dia a dia das pessoas. A adoção desses modelos se justifica pelos crescentes custos associados à produção, distribuição e segurança das cédulas e moedas, além da utilização de dinheiro em papel em atividades ilícitas. Ao mesmo tempo, vivemos uma era que exige transações rápidas e eficientes, alinhadas à velocidade da internet, e é nesse contexto que a digitalização monetária ganha força.

As CBDCs já estão em fase de teste em diversos países, incluindo o Brasil, que avança no desenvolvimento do Drex, e a União Europeia, com sua e‑euro. Essas moedas digitais emitidas por bancos centrais oferecem vantagens claras: baixo custo de circulação, rastreabilidade completa e facilidade de acesso a serviços financeiros. Ao mesmo tempo, proporcionam maior controle estatal sobre a economia, o que pode ajudar na redução de fraudes e na inclusão financeira. Por outro lado, essas características levantam debates sobre privacidade e poder de vigilância, temas centrais em qualquer discussão sobre a evolução do dinheiro.

Outra frente de transformação vem dos sistemas distribuídos como o Drex. Baseados em blockchains ou tecnologias de ledger distribuído, esses sistemas permitem transações seguras e transparentes sem depender exclusivamente de uma autoridade central. Já as stablecoins—criptomoedas atreladas ao dólar ou a outros ativos de referência—se destacam como os principais impulsionadores desse movimento. Nos últimos anos, essas moedas digitais já movimentaram trilhões de dólares, superando combinadamente o volume transacional de gigantes como Visa e Mastercard. Esse nível de escala demonstra que não se trata apenas de uma promessa futura, mas de uma realidade cada vez mais consolidada.

O apelo das stablecoins está em sua capacidade de operar em ambiente global, com liquidez imediata e custos de transação reduzidos, permitindo desde pagamentos internacionais instantâneos até uso em plataformas de DeFi. Além disso, esses ativos oferecem uma porta de entrada natural para a adoção mais ampla de criptomoedas, pois combinam a estabilidade das moedas tradicionais com a eficiência e inovação das tecnologias digitais. Para especialistas, elas são o elemento “killer app” que pode popularizar o uso de ativos digitais além de meros investimentos especulativos.

A velocidade da internet não é apenas uma metáfora: representa uma exigência cotidiana. A sociedade atual demanda transações instantâneas, acessíveis a qualquer hora e lugar, com segurança e rastreabilidade. Nesse sentido, a digitalização financeira, impulsionada por essas três frentes, responde a essa necessidade, ao mesmo tempo em que redefine a intermediação bancária, a regulação financeira e o comportamento dos usuários. Cartões, sistemas de pagamento móvel e biometria—como pagamentos por reconhecimento facial—atuam como pontos de entrada imediata, mas são os modelos digitais mais avançados que prometem transformar profundamente o sistema monetário global.

É importante destacar que não haverá uma substituição abrupta ou uniforme do dinheiro em papel. O futuro promete um ecossistema híbrido, onde CBDCs, stablecoins e sistemas distribuídos coexistirão, cada um atendendo a demandas específicas: desde políticas públicas e inclusão financeira até inovações tecnológicas e eficiência nas transações internacionais. Países diferentes vão adotar modelos distintos e, provavelmente, teremos zonas econômicas onde a moeda digital será predominante, enquanto em outras o dinheiro físico ainda terá papel relevante por mais alguns anos.

Por fim, essa transição envolve desafios complexos: a necessidade de regulação equilibrada que garanta segurança e inovação, a preservação da privacidade do usuário, a infraestrutura tecnológica robusta e inclusiva, e a Educação Financeira para que cidadãos compreendam os novos instrumentos e não fiquem excluídos dessa nova realidade. O dinheiro em papel pode estar com os dias contados, mas o caminho para sua substituição total é tão desafiador quanto promissor. A transformação já começou, e a próxima década será decisiva para definir como será o futuro das finanças.

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