Nas primeiras horas de 1º de agosto de 2025, o mercado de criptomoedas sofreu uma forte reversão: aproximadamente US$ 751 milhões em posições alavancadas foram liquidadas em apenas 24 horas. O movimento foi impulsionado por quedas acentuadas das altcoins, enquanto o Bitcoin recuou ao menor patamar desde meados de julho.
Queda abrupta do Bitcoin
O Bitcoin caiu para valores abaixo de US$ 115.000, marcando sua mínima desde meados de julho, após atingir aproximadamente US$ 123.000 durante a segunda semana do mês. A rápida valorização ocorrida entre 10 e 11 de julho — de US$ 110.000 para cerca de US$ 118.000 em apenas 24 horas — gerou pressão significativa nas posições alavancadas, resultando em liquidações dos traders que apostavam na continuação do movimento de alta.
Liquidações em massa e impacto nos derivativos
De acordo com dados de plataformas de análise, mais de US$ 705 milhões em posições long foram liquidadas, com exchanges como Binance e Bybit concentrando cerca de dois terços desse total. Em um único intervalo de uma hora, cerca de US$ 12 milhões em liquidações de Bitcoin foram registradas, o que evidencia a velocidade da reversão e o efeito em cascata provocado pelas alavancas.
Altcoins lideram o crash
A correção foi liderada pelas altcoins: Ethereum recuou cerca de 6,4%, enquanto Solana, XRP e outras registraram quedas superiores a 7% no mesmo período. O total de liquidações long em altcoins ultrapassou US$ 680 milhões, correspondendo a cerca de 93% do volume total. Esse padrão reforça como os ativos mais voláteis costumam ampliar os movimentos negativos em momentos de pânico.
Sentimento do mercado oscila para neutro
O índice de sentimento, que havia indicado níveis de “ganância” recentemente, voltou à zona “neutra”. Essa mudança repentina reflete a ansiedade crescente e a cautela retornando ao mercado após um período intenso de valorização.
Perspectiva de médio e longo prazo ainda é altista
Apesar da correção significativa, o Bitcoin permanece acima de níveis fundamentais observados no início de junho, cerca de US$ 74.000, o que indica que a estrutura de longo prazo ainda favorece a tendência de alta. Ainda assim, se o BTC perder a região entre US$ 113.500 e US$ 114.000, poderá testar a zona de US$ 110.000, último suporte consolidado antes da escalada de julho.
Causas e gatilhos do movimento
Diversos fatores explicam a correção repentina:
- realização de lucros após a alta expressiva de julho;
- precaução diante da próxima reunião do FOMC, cujo nível de juros e decisões de política monetária impactam diretamente nos ativos de risco;
- alta alavancagem entre traders especulativos, em especial em contratos futuros perpétuos;
- natureza reflexiva das altcoins: ganhos rápidos ampliam perdas em sentido contrário com ainda mais intensidade.
Implicações para investidores
A liquidação massiva destaca os riscos associados à alavancagem e à exposição a ativos voláteis. Para traders com margem, os recentes prejuízos servem de alertas para a importância de gestão de risco e uso de hedge. Para investidores de longo prazo, entretanto, a correção pode representar uma oportunidade de acumular Bitcoin ou Ethereum em patamares considerados favoráveis dentro do ciclo altista.
Sinais a serem observados
Para entender o próximo capítulo desse movimento no mercado, os investidores devem acompanhar:
- movimentações on-chain: volume de transações, entradas e saídas em exchanges, e endereços ativos;
- alterações no sentimento macroeconômico: decisões de juros, políticas fiscais e tensões geopolíticas;
- fluxo institucional: particularmente através de novos ETFs, entradas em protocolos DeFi e adoção crescente por grandes instituições.
Esta correção evidenciou a fragilidade das posições alavancadas em um mercado altista e reforçou a volatilidade intrínseca das altcoins. Ao mesmo tempo, deixou claro que a tendência de fundo para o Bitcoin permanece intacta — e que a próxima fase exigirá olhar técnico afinado e atenção a fatores macroestruturais.