A BitMine Immersion Technologies, empresa pública de criptomoedas, realizou recentemente uma aquisição significativa de US$ 64,7 milhões em Ethereum (ETH) por meio da corretora Galaxy Digital. Essa compra, feita via transações over-the-counter (OTC), elevou sua participação total para mais de 1,75 milhão de ETH, cerca de 1,44% do suprimento circulante da rede. Essa movimentação reforça sua liderança como a maior tesouraria corporativa de Ethereum do mundo.
A estratégia audaciosa que impulsiona uma corrida corporativa por ETH
A BitMine vem expandindo agressivamente suas reservas desde meados de 2025, adotando uma estratégia semelhante à da MicroStrategy com Bitcoin, mas focada no Ethereum. Em uma única semana anterior, a empresa já havia adquirido mais de 150 mil ETH, elevando suas reservas para quase 1,87 milhão de tokens — cerca de US$ 8,1 bilhões — além de manter mais de US$ 600 milhões em caixa, prontos para novas compras.
Essa abordagem demonstra visão estratégica: com foco em staking e rendimento de longo prazo, BitMine busca capturar valor no ecossistema DeFi enquanto reduz a oferta circulante de ETH, fortalecendo sua posição.
A aquisição da BitMine não passou despercebida. O valor de mercado do Ethereum teve valorização, com quedas de oferta em corretoras centralizadas e aumento da procura institucional aumentando a percepção de escassez. Após essa compra, o preço do ETH subiu aproximadamente 1,6%, ampliando o rally mensal da criptomoeda para cerca de 21% de valorização.
Efeitos visíveis:
- Oferta menor nas exchanges: reservas corporativas e ETFs absorvam lotes significativos, reduzindo o ETH disponível para negociação.
- Geração de valor por staking: com Ethereum operando no modelo Proof-of-Stake, as empresas que acumulam ETH também capturam renda passiva.
- Confiança renovada: impulsionada por empresas de renome adotando Ethereum como ativo estratégico.
BitMine em perspectiva: dos mineradores de bitcoin ao gigante institucional do Ethereum
A trajetória da BitMine é emblemática da transição institucional que o setor cripto vem passando. Originalmente focada em mineração de Bitcoin, a empresa decidiu reformular sua estratégia em junho de 2025, apostando no Ethereum como ativo de reserva. Desde então, sua valorização de mercado reflete essa transição:
- As ações saltaram de cerca de US$ 4,26 para mais de US$ 31, num rali que chegou a 3 000% em poucos dias.
- Mesmo após correções, o papel continua operacional com forte volume e interesse pelo mercado.
- A companhia angariou apoio de investidores influentes como Bill Miller III, ARK Invest, Founders Fund e Peter Thiel.
Essa sinergia entre cripto e mercado de capitais reflete uma narrativa em construção: Ethereum se consolida como ativo produtivo e institucional — não apenas uma aposta especulativa.
Visão de longo prazo: mirante rumo aos 5% do mercado de ETH
Além das aquisições já realizadas, BitMine mira um objetivo ambicioso: deter 5% do suprimento circulante de Ethereum. Para isso, mantêm reservas em cash e captam recursos no mercado de ações, prontos para novas compras quando ocorrerem correções de preço.
Do ponto de vista estratégico e simbólico:
- O modelo de treasury cria escassez e fortalece o valor de ETH.
- O staking gera rendimento contínuo, fortalecendo a narrativa de Ethereum como ativo gerador de retorno.
- A empatia institucional com Ethereum como infraestrutura DeFi e de stablecoins se consolidou com estímulos regulatórios nos EUA.
A aquisição de US$ 64,7 milhões em Ethereum pela BitMine marca mais que uma simples operação de tesouraria: é um manifesto institucional que reafirma o ETH como protagonista da próxima fase do mercado financeiro cripto.
Ao consolidar sua liderança, acumular mais de 1,75 milhão de ETH e contar com significativa liquidez disponível, a BitMine se posiciona como uma referência global de como empresas podem integrar criptoativos em sua estratégia central.
O panorama sugere que Ethereum está cada vez mais incorporado ao DNA das finanças globais — e que players como a BitMine estão na linha de frente dessa transformação.