O Brasil tem se destacado significativamente na adoção de ativos digitais, acompanhando o crescimento global do mercado de criptomoedas. Em 2023, o valor detido em criptoativos por brasileiros já representava impressionantes 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, totalizando cerca de R$ 270 bilhões. Este marco sublinha a rápida aceitação e integração dos ativos digitais na economia brasileira, colocando o país em uma posição de destaque no cenário global.
Entre 2022 e 2023, o número de investidores em criptoativos no Brasil cresceu de forma exponencial, registrando um aumento de 12,6 vezes. Após este crescimento vertiginoso, aproximadamente 3% da população brasileira passou a investir em criptomoedas, o que corresponde a quase 6 milhões de pessoas. Para efeitos de comparação, a bolsa de valores brasileira, a B3, possui cerca de 5 milhões de CPFs cadastrados. Isso significa que, em um curto período, o número de brasileiros envolvidos com criptomoedas superou os investidores tradicionais da bolsa.
Este crescimento pode ser atribuído a vários fatores. Primeiramente, a facilidade de acesso e a democratização do investimento em criptomoedas atraíram muitos brasileiros, especialmente os jovens e os tecnicamente inclinados, que veem nos criptoativos uma oportunidade de investimento inovadora e potencialmente lucrativa. Além disso, a inflação e a desvalorização do real impulsionaram a busca por alternativas de investimento que oferecessem proteção contra a perda de poder aquisitivo.
A aceitação das criptomoedas no Brasil não se limita apenas aos investidores individuais. Empresas e instituições financeiras também começaram a explorar e adotar tecnologias de blockchain e criptoativos. Bancos brasileiros, fintechs e startups têm investido em soluções baseadas em blockchain para aumentar a eficiência, transparência e segurança de suas operações. Este movimento é essencial para a integração dos ativos digitais na economia tradicional, facilitando transações financeiras e promovendo a inovação tecnológica.
O futuro da tokenização no Brasil e no mundo é promissor. Estima-se que até 2027, cerca de 10% do PIB global pode ser tokenizado. A tokenização refere-se ao processo de representar direitos de ativos do mundo real, como imóveis, ações e até arte, no mercado digital através de tokens. Esta tendência tem o potencial de transformar a economia global, aumentando a liquidez dos ativos, facilitando a divisão e negociação de propriedade, e abrindo novas oportunidades de investimento para um público mais amplo.
No contexto brasileiro, a tokenização pode desempenhar um papel crucial na modernização do mercado financeiro e na inclusão de investidores que, de outra forma, não teriam acesso a certos tipos de ativos. A tokenização de ativos imobiliários, por exemplo, pode permitir que pequenos investidores adquiram frações de propriedades valiosas, democratizando o acesso ao mercado imobiliário de alta renda.
Além disso, a regulação das criptomoedas e a clareza normativa serão fundamentais para o desenvolvimento sustentável do mercado cripto no Brasil. O governo e os órgãos reguladores têm trabalhado para criar um ambiente regulatório que proteja os investidores, promova a inovação e combata atividades ilícitas. A implementação de políticas claras e equilibradas ajudará a fortalecer a confiança dos investidores e a atrair mais investimentos para o setor.
Em 2024, o Brasil continua a expandir sua presença no mercado de criptomoedas. O número de investidores aumentou ainda mais, e a infraestrutura tecnológica do país está se tornando cada vez mais robusta. Empresas brasileiras estão explorando novas aplicações de blockchain, desde contratos inteligentes até a tokenização de ativos, posicionando o Brasil como um hub de inovação na América Latina.
Com um número crescente de investidores, uma economia cada vez mais tokenizada e uma infraestrutura regulatória em desenvolvimento, o país está bem posicionado para aproveitar as oportunidades oferecidas pela criptoeconomia. A continuidade deste crescimento dependerá de um ecossistema de inovação robusto, políticas regulatórias favoráveis e a capacidade de adaptação às rápidas mudanças tecnológicas. Com esses elementos, o Brasil pode solidificar seu papel como líder no mercado global de criptoativos.
Fonte: Anima