Brian Armstrong, CEO da Coinbase, levantou apostas ao prever que o Bitcoin poderá alcançar a marca impressionante de US$ 1 milhão por unidade até 2030. Segundo ele, a consolidação de um ambiente regulatório mais claro nos Estados Unidos será o motor principal desse salto, reduzindo incertezas e convidando gigantes institucionais a aumentar significativamente suas alocações em BTC — hoje em torno de apenas 1% do portfólio. Além disso, a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin pelo governo norte-americano, junto a legislações como o GENIUS Stablecoin Act e o Market Structure Bill, sinalizam um movimento firme do país em integrar ativos digitais como parte de sua infraestrutura financeira.
Armstrong também acredita que essa mudança nos rumos regulatórios dos EUA poderá ser replicada globalmente, com outros países do G20 seguindo o exemplo e adotando políticas semelhantes. Ele ressalta que, além do apetite institucional renovado, os ETFs de criptomoedas ganham força como alternativa regulada de exposição, enquanto o próprio governo dos EUA exerce um efeito ímã sobre o cenário global.
Visão Ampla: Cripto vira categoria de reserva
Essa projeção ousada vai muito além da simples valorização especulativa. Ao colocar o Bitcoin como ativo comparável ao ouro — porém com vantagens como portabilidade, transparência e rastreabilidade — Armstrong sugere que o BTC poderá assumir um papel de “reserva estratégica global.” Nossa cripto-radical começa, assim, a caminhar rumo ao mainstream financeiro, apoiada pela adoção de políticas públicas e fundos que antes se mantinham à margem.
A transição desse perfil demanda mais do que entusiasmo de entusiastas: exige consistência no cumprimento de normas, maturidade institucional e ferramentas regulatórias robustas. Mas se tudo isso se concretizar, o Bitcoin pode deixar de ser “apenas” moeda digital para virar sinônimo de ativo estratégico em carteiras ao redor do mundo.
Riscos e Ceticismo: A alta não é garantida
Mesmo dentro dessa narrativa de otimismo, há quem chame à cautela. O próprio Armstrong admite que é impossível garantir que o BTC chegue a US$ 1 milhão — afinal, previsões de preço envolvem muitas variáveis. O caminho passa por superar desafios como volatilidade, possíveis mudanças de política e choque macroeconômico. Ainda assim, os cenários traçados por outros analistas — como os do Standard Chartered — já apontam para valores na casa dos US$ 500 mil até 2028, reforçando que uma espiral de alta, embora arriscada, não está fora da mesa.
O Que Está em Jogo?
Fatores Promotores
Motivos de Cautela
Regulamentação mais clara
Volatilidade intrínseca à cripto-assets
Reservas governamentais
Incerteza político-econômica
ETFs e ativo institucional
Ausência de regulamentação global uniforme
Adoção como reserva de valor
Choques macro podem reverter dinâmica
A previsão de US$ 1 milhão para o Bitcoin até 2030 é, sem dúvida, audaciosa — mas também reflete uma ambição realista ancorada em eventos concretos: avanços regulatórios, interesse institucional e movimento governamental. Ainda que existam riscos, essa narrativa destaca um ponto fundamental: o Bitcoin está deixando de ser um experimento e se consolidando como ator relevante no novo xadrez financeiro global.