Em uma iniciativa estratégica, a Paxos anunciou hoje o lançamento de sua mais recente investida: a Paxos Labs, uma startup dedicada a facilitar a integração de produtos financeiros on‑chain em plataformas institucionais e fintechs. Com estrutura incubada dentro da própria Paxos ao longo dos últimos seis meses, a spin‑off traz de forma simplificada os pilares da DeFi (finanças descentralizadas) para empresas que desejam oferecer stablecoins, rendimentos programáveis e ativos tokenizados — sem a necessidade de desenvolver infraestrutura complexa.
A proposta da Paxos Labs é clara: entregar uma experiência “embedded finance” — ou finanças integradas — diretamente nos apps e serviços que as pessoas usam no dia a dia. Por meio de APIs e ferramentas modulares, a tecnologia permite que bancos tradicionais, carteiras digitais, redes blockchain e plataformas fintech lancem stablecoins customizadas, estruturas de yield on‑chain e produtos digitais estruturados, tudo respaldado por compliance de nível institucional.
Entre os produtos de lançamento estão stablecoins com marca própria, apoiadas por reservas lastreadas em ativos fiduciários ou tokenizados, estratégias de rendimento atreladas a criptomoedas como bitcoin e ether, e estruturas financeiras digitais que obedecem às legislações vigentes. A startup promete que essas ferramentas já nascem confiáveis e seguras, tirando o peso regulatório e tecnológico das plataformas parceiras.
Com gestão operacional própria, a Paxos Labs mantém o suporte regulatório da Paxos, que opera sob supervisão de entidades como a NYDFS (Departamento de Serviços Financeiros de Nova York) e possui parcerias sólidas com empresas como PayPal e Mastercard. O objetivo: oferecer aos parceiros um pacote completo de infraestrutura, com trilhamento legal, auditorias e acesso a conteúdo de reserva em ativos reais — algo que demanda enorme maturidade e credibilidade no mercado.
A liderança da tutela pela Paxos Labs fica a cargo de Bhau Kotecha, cofundador e executivo vindo da Paxos e de seu período na Cash App/Square. Kotecha assume a missão de tornar o uso de DeFi tão fluido quanto usar uma conta bancária digital: “queremos eliminar a barreira técnica para que os usuários possam ganhar, emprestar e investir, sem precisar alternar entre aplicativos ou gerenciar carteiras”, declarou ele. Do lado executivo da Paxos, o CEO Charles Cascarilla reforça que a nova estrutura reforça a missão da empresa de reprogramar o sistema financeiro e levar ativos digitais aos vastos campos das instituições tradicionais.
O momento é oportuno. Cresce entre grandes players do mercado — desde bancos até empresas de tecnologia — o interesse em incorporar funcionalidades DeFi em seus serviços. O problema até então era a complexidade técnica, regulatória e operacional para criar esses produtos internamente. A Paxos Labs promete ser o ponto de entrada, provendo um conjunto chave‑na‑mão com escala global e segurança legal.
A empresa já demonstra ambições robustas. Com equipe inicial de dezenas de profissionais vindos de serviços financeiros e criptografia, o plano é crescer nas áreas de engenharia e marketing. Nos próximos 12 a 18 meses, a meta é se consolidar como infraestrutura padrão global: instituições poderão, por exemplo, emitir stablecoins atreladas à marca da empresa, oferecer ganhos de yield programável em depósitos digitais e estruturar produtos financeiros inteligentes — tudo com tecnologia pronta, suporte regulatório e distribuição nos grandes canais do mercado.
Esse posicionamento coloca a Paxos Labs em um cenário competitivo, mas com diferenciação: enquanto outras empresas focam apenas em custódia, acesso a protocolos ou segurança, a nova startup da Paxos amplia o espectro oferecendo integração completa para o público final. A estratégia é elevar o patamar de adoção de DeFi, democratizando e profissionalizando o uso de criptoativos por instituições que ainda dependem de infraestrutura legada.
Com essa investida, a Paxos sinaliza que migrar para um modelo financeiro híbrido — parte tradicional, parte digital — pode ser mais simples e acessível do que se imaginava. Será uma nova era para a convergência entre a estrutura financeira convencional e a promessa da economia descentralizada.